Sexo Frágil
A luta pelo fim da discriminação de gênero entre homens e mulheres no
Brasil já é um tema batido; existem diversas vertentes feministas clamando pelo desejo de escolher entre ser dona de casa ou empreendedora, de exercer seu livre arbítrio e gozar do cotidiano com tanta autonomia quanto os homens, assim como existem vertentes machistas clamando pela tradição, apontando para aspectos físicos e biológicos, trazendo religiões e dogmas para a discussão. A história do nosso país é recheada de lutas, manifestações, posições e benefícios arduamente conquistados pelas mulheres, onde o feminismo foi visto com desprezo e toda a visão da sociedade era baseada em costumes europeus patriarcais, que se firmaram em nossa tradição no decorrer dos anos.
A cada dia, mulheres em todo o país mostram possuir capacidade suficiente para trabalhar em cargos considerados “masculinos”. Além de enfrentar a carga horária de 44 horas semanais, nossa cultura ainda emprega as mulheres o dever de cuidar da casa e dos filhos sem praticamente nenhuma ajuda paterna, o que, não podemos deixar de apontar, indica uma tentativa de persuasão para que o universo feminino se limite às tarefas domésticas. O padrão cultural é fortíssimo, entretanto esse modelo patriarcal de pensamento já vem de muito longe, dos primórdios animais do ser humano. A mulher, como mais frágil e possuidora de menor força, fica na tribo para cuidar da prole e da alimentação, enquanto o homem sai à caça.
Ainda pensando em influências socioculturais, é possível anular a perspectiva daqueles que afirmam ser impossível para a mulher viver em outra posição senão a de submissa e maternal dona de casa, graças à antropóloga
Margareth Mead (1901-1978), que realizou um trabalho objetivando relacionar o modo como os seres humanos recebem elementos culturais e como isso afeta sua personalidade. Mead analisou três diferentes tribos na Nova Guiné: os Arapesh, os Chambuli