Perfil Proficional
Eu gostava mesmo era de me juntar com os meninos, jogar bola descalça na rua fazendo as havaianas de traves, participar de competições de pião, tazos e bolinhas de gude, onde modéstia parte eu ganhava todas. Gostava de correr brincando de pique-pega, policia e ladrão, de suar o dia inteiro durante as férias de verão subindo em arvores, correndo pelo quarteirão ao brincar de pique-esconde, escalar muros para não ser encontrada, pois odiava quando tinha que contar até todos se esconderem, de sumir com a criançada da rua e deixar a minha mãe feito louca me procurando e me gritando pela rua, de chegar em casa imunda e irreconhecível ao ponto de ser mandada para o chuveiro cada vez que entrava em casa para beber um copo d’água, e isso sem falar no meu grande poder de persuasão que com o meu jeitinho menina moleque de ser conseguia convencer qualquer pessoa que eu estava certa. Tudo bem que havia um pouco de mimo, pois era filha única, neta única, sobrinha única, toda a atenção era para mim, mas eu era mesmo muito boa. Essa era eu, um moleque como dizia a minha mãe. Certamente tive uma infância diferente do tradicional para meninas dessa idade, mas nem por isso deixei em momento alguns de me sentir uma menina, apenas me sentia uma menina que sabia aproveitar bem o tempo que tinha. Com isso o tempo foi passando e comecei a me tornar uma menina descente, uma menina mais dentro do padrão. Começamos claro pela minha repentina atração por objetos cor de rosa, cor a qual até então eu detestava, nutria uma intensa preferência por azul, depois a atração por vestidos já que era uma peça que só de falar me dava coceira, comecei