Percepção
Em psicologia, neurociência e ciências cognitivas, percepção é a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências passadas. Através da percepção um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos. Os seres de uma mesma espécie diferem em sua percepção. As pessoas variam um pouco quanto à maneira de ver cores, distinguir tons, assim como cheirar e provar. As percepções humanas dependem de expectativas, motivações, sentimentos e experiências anteriores. Em suma, a percepção é um processo muito mais individualista do que se crê comumente. A percepção não espalha exatamente a realidade. Descrevemos as aptidões necessárias à percepção, concentrando-nos sobretudo no papel da atenção.
1.1 A PERCEPÇÃO COMO APTIDÃO COGNITIVA MULTIFORME
A percepção supõe numerosas atividades cognitivas. Na fase primária do processo perceptivo, a pessoa decide para o que irá atentar. Enquanto “lê” um livro didático, é possível que você corra os olhos por símbolos negros sem significado, concentre-se em letras isoladas, ou extraia ideias significativas. Sentado numa sala de aula, você pode concentrar-se no ruído de uma carga de dinamite da construção da estrada a distância, no sussurrar dos alunos da última fila, nos seus pés doloridos ou no conteúdo da aula. Sempre que você presta atenção, é mais fácil encontrar sentido nas informações que captou, associá-las a suas experiências anteriores e lembrar-se delas mais tarde. A consciência também influência a percepção. Se você estiver se sentindo especialmente feliz, a paisagem distante pode parecer magnífica. Quando está deprimido, a mesma cena pode parecer-lhe tenebrosa. A memória entra no processo perceptivo em diversos pontos. Os sentidos armazenam momentaneamente os dados que nos trazem. E, para decifrar