Pena de morte
9 João da Silva, biótipo de brasileiro, operário, calça jeans e camiseta clara, está retornando à sua residência por volta das 22 horas, quase três horas após o término de seu labor. Necessitou pegar duas conduções, viajou em pé – não havia poltronas – e percorreu a pé mais de um quilômetro, distância entre o ponto final
13 Já quase chegando em casa, ouve sirene de carro policial e já imagina esconder-se. Ele não tem motivos para tal, entretanto todas as vezes em que fora parado por batida, sofreu humilhações e, até, espancamentos. Diz-se que “esse carinhoso” tratamento é comum aos mais humildes. Não obstante, a polícia segue em frente, e João, mais seguro, segue o seu rumo.
18 Também ouvindo a sirene, o misto de ladrão e assassino foge pela porta já arrombada e corre por um terreno ermo. Os mesmos vizinhos que já haviam chamado a polícia mantiveram-se atentos e conseguiram, embora à distância e sem muita nitidez, observar os últimos e rápidos movimentos do “gatuno”.
22 Dois policiais continuaram na residência tentando encontrar pistas que lhes seriam de algum interesse, enquanto os outros pegaram o carro a fim de proceder a uma busca pelas redondezas. Estes, a dois quarteirões dali, avistaram João da Silva, que tinha a sua descrição coincidindo com a do assassino. A sirene foi ligada, e João correu, correu muito – traumatizado com as