Pedro Viera de Almeida
DA TEORIA oito lições
escola superior artística do porto
2ª Aula — Da Noção de Modelo, Tipo e Tipologia
1. BURCKHARDT — La Cultura del Renacimiento en Itália. Barcelona:Editorial Ibéria, 1951 (1ª ed.
1860), pág. 10.
2. Aldo ROSSI — Para una arquitectura de tendência. Escritos: 1956-1972. Barcelona: Gustavo
Gili, 1977, pág. 188.
3. Aldo ROSSI — Para una arquitectura…, pág.
187.
4. A. C. Quatremere de QUINCY — Dictionnaire d'Architecture. Paris: 1792. Transcrito in Luciano
PATETTA — Historia de la Arquitectura (Antologia
Critica). Madrid: Celeste Ediciones, 1997, p. 350.
Como referi na aula anterior, quer a noção de Tipo quer a noção de Modelo, têm de ser esclarecidas, dado não terem precisamente o mesmo significado em todos os autores. Dizia Burckhardt1 que uma das maiores dificuldades da História da Cultura, residia no facto de que temos de dividir o tempo em categorias singulares, com frequência pouco menos que arbitrárias, para conseguir chegar a explicar seja o que for do tema.
Com as noções de modelo e tipo, passa-se algo semelhante.
São ideias assumidamente instrumentais que não sendo arbitrárias, são imprecisas como condição mesma da sua própria instrumentalidade e cuja grau de fiabilidade se mede apenas pelos resultados obtidos.
Ambas importantes no domínio do entendimento e questionamento histórico, e de longa tradição no domínio da pedagogia da arquitectura, Tipo e Modelo, poderia dizer, permanecerem como noções problema.
Quattremère de Quincy, Pevsner, Rossi, Krier, Bettini, Klaus Konig, Vidler,
Argan, Portas e tantos mais, sobre elas tomaram posição, nem sempre concordante.
Aldo Rossi faz coincidir Tipo com a ideia de conjunto e permanência “de caracteres de necessidade e universalidade” da arquitectura, pressupondo aí que
“os princípios de Arquitectura são únicos e imutáveis” 2.
Giulio Carlo Argan por seu lado, cita em História da Arte como História da
Cidade a diferença que diz tão