Pedras E Emoc O Es
Marlise Giovanaz
Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/view/2982/1706
RESUMO
O texto propõe uma breve reflexão sobre o tema do patrimônio cultural e as bases filosóficas e históricas sobre as quais se estruturou este debate no Brasil. Procurou-se apontar as principais críticas recebidas pelo programa de preservação adotado no país e a implementação, a partir do ano 2000, da política de preservação do patrimônio imaterial, como uma tentativa de ampliar e atender aos grupos excluídos pela política cultural fundamentada na materialidade.
PALAVRAS-CHAVE:
Patrimônio imaterial.
Patrimônio
cultural.
Preservação.
Memória
social.
As modificações que ocorrem no espaço onde habitamos afetam diretamente nossos trajetos diários e lugares referenciais. No contexto em que vivemos, onde os espaços são duramente disputados pelo mercado imobiliário, o problema da preservação do dito patrimônio histórico e cultural está na ordem do dia. Neste texto me proponho a levantar alguns elementos para discussão a partir do problema da preservação da memória tendo como base o patrimônio cultural.
A cidade guarda em sua imagem marcas de vários momentos diferentes de luta: as teimosas marcas inscritas nas pedras das calçadas, os monumentos erguidos aos sucessivos vencedores, ou seja, marcas do passado que recebem significados diversos no transcorrer do tempo. Nesse processo de construção e edificação ao longo da história, as tentativas de construção de uma memória social sempre passam por um julgamento do passado, visto como inferior ao presente. A política brasileira de preservação de patrimônio histórico deriva dessa política geral em respeito à História.
Ao atribuir à História uma única voz e uma única direção, se escondem e se silenciam outras narrativas de acontecimentos passados e presentes. E essa história se torna
“oficial”, a única necessária e documentável.
Cada geração relê e refaz o patrimônio de sua Nação,