Pedagogia
Nos últimos 50 anos, o papel da mulher tem sido o de adaptar-se e sobreviver às mudanças, sofrendo a ação direta da reestruturação familiar.
Na década de 50 as famílias moravam próximas umas das outras, algumas vezes trabalhavam na mesma atividade, mantendo um convívio social diário. Isso facilitava muito para a cooperação e resolução dos problemas domésticos. Na falta de um dos pais, facilmente um parente próximo assumia o papel. Nos anos 60, depois de uma aparente estabilidade, percebe-se expressivas alterações sociais. O êxodo rural colabora, e muito, para o inchaço dos centros urbanos. Temos somente 25% da população vivendo na zona rural, invertendo a realidade anterior. Com o desenvolvimento das cidades, chega também os problemas de: saneamento, infra-estrutura, moradia, saúde, falta de emprego e escolas. Foi a década de 70 que comportou o aparecimento da família nuclear, que consiste num pequeno núcleo familiar que vai morar longe dos seus. Mesmo vivendo em centros maiores e populosos, experimenta uma situação de isolamento. A família fica só e tem necessidade de buscar apoio, em outras instâncias sociais, naquilo que não estão sendo capazes de fazer. Os anos 80 trazem à discussão as novas estruturas familiares. É homologada a Lei do Divórcio e se estabelece, definitivamente, outras configurações: casais separados casam novamente, levam consigo os filhos e têm outros em comum, construindo diferentes convivências. Mulheres e homens cuidam sozinhos de seus filhos, as avós assumem os cuidados dos netos, instala-se uma grande crise na família tradicional. Na década de 90, a mulher aparece assumindo mais funções sociais, políticas, econômicas e trabalhistas que somente a diferenciam dos homens no salário que ainda é menor que o deles. O desemprego tem atingido mais fortemente as mulheres, conforme dados da OIT (com base nos microdados da PNAD 2001). Hoje, o desemprego está em uma taxa de 11,7%, 31% superior a dos