Pedagogia
São Paulo
1 de outubro de 2014
A experiência de aprender na Educação Infantil
A presença de crianças tão pequenas na educação infantil ainda parece estranha e mal compreendida por muitos professores. Ainda é forte a crença de que o desenvolvimento do bebê é orgânico, natural, portanto, basta assisti-lo em suas necessidades básicas para que se desenvolva plenamente e, então, já amadurecido, possa aprender. Algo semelhante ocorre também no atendimento das crianças de 3 a 5 anos que, muitas vezes, não encontram nas oportunidades oferecidas pelas instituições educativas as condições adequadas à experiência de crescer a aprender em grupo.
Nesse contexto em que se reconhece a necessidade de um olhar específico para as crianças e uma maior profissionalização do trabalho pedagógico com a faixa etária, exigir que a Educação Infantil assegure o tempo para a experiência e o lugar de aprender não é pouco. Muitas lutas pelo direito das crianças no Brasil tiveram que ser travadas para que hoje se pudesse pensar a Educação Infantil de outra maneira que não somente lugar de guarda de crianças. No mundo profissional, a experiência agrega valor ao trabalho especializado, complementando e, muitas vezes, se sobrepondo à formação universitária. Também usamos a palavra experiência para nos referirmos ao modo de funcionamento de muitos campos das ciências, um modo que pressupõe procedimentos e protocolos para verificar ou demostrar certa hipótese. Muitas vezes, a ideia de experiência é confundida com a de vivência, mas, vivenciar não é o mesmo que experienciar. Somos expostos cotidianamente a inúmeras situações, às vezes conhecidas, outras vezes novas. Mas nem todas se constituem em experiência educativa. Muitas vezes, os professores vivem o cotidiano como uma lida, cheio de afazeres e tarefas que se repetem de um dia a outro, submetido ao funcionamento burocrático de uma instituição que pouco altera sua condição