Pedagogia
Historicamente como a criança foi pensada dentro da cultura ocidental desde a Antiguidade até hoje
Houve um tempo em que não se tinha a concepção da infância tal como hoje a entendemos, ou seja, como um ser singular, com uma particularidade que a diferencia do adulto.
No período compreendido entre a Idade Média e o século XX a definição da criança se modificou no decorrer do tempo de acordo com parâmetros ideológicos. Pela análise de pinturas, diários, esculturas e vitrais produzidos na Europa no período anterior aos ideais da Revolução Francesa, Ariès [1981] forja a expressão "sentimento da infância" para designar "a consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto". Esse sentimento vai aparecer a partir apenas no século XVII.
Na Idade Média, a criança era vista como um pequeno adulto, sem características que a diferenciassem, e desconsiderada como alguém merecedor de cuidados especiais. Ariès [1981] comenta, inclusive, que pintores ocidentais reproduziam crianças vestidas como pequenos adultos, e que somente percebemos se tratar de uma criança devido ao seu tamanho reduzido. Nas sociedades agrárias, a infância era um período rapidamente superado e, tão logo a criança adquiria alguma independência, passava a participar da vida dos adultos e de seus trabalhos, jogos e festas.A criança relacionava-se muito mais com a comunidade do que com os próprios pais. A aprendizagem e a socialização não eram realizadas pela família ou pela escola, mas por toda a comunidade.
No que se refere à expressão da sexualidade, até o século XVI os adultos divertiam-se com brincadeiras ou faziam alusões a assuntos sexuais na presença das crianças. Isso era visto como algo absolutamente natural devido a dois motivos: "Em primeiro lugar, porque acreditavam que a criança impúbere fosse alheia e indiferente à sexualidade e, em segundo, porque ainda não existia o sentimento de que as