pedagogia
APRENDIZAGEM ESCOLAR E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
Coll, César. Porto Alegre, Artmed, 1994. – 159 páginas
A significação psicopedagógica das atividades espontâneas de exploração
O objeto de nosso trabalho é o estudo dos processos psicológicos de investigação da realidade a partir de uma perspectiva psicogenética e não apenas epistemológica. Tal problema encontra-se no centro de um conjunto de investigações que, a partir de uma perspectiva de psicologia da criança e de análise experimental do comportamento, vem se fazendo com o título geral de “condutas exploratórias”. A finalidade é elaborar propostas de método e de conteúdo para a iniciação às ciências experimentais na escola primária, isto é, para crianças entre 6/7 e 12/13 anos.
Dois aspectos chamam profundamente a nossa atenção:
• O interesse pelas condutas experimentais que surgem antes do raciocínio formal;
• O problema das correspondências entre o nível de desenvolvimento operatório de um sujeito e as condutas que tal sujeito pode apresentar em uma situação concreta de solução de problemas.
A delimitação do problema
A) Psicologia genética e ciências experimentais na escola primária.
Numerosos estudos realizados nas últimas décadas referem-se a o fato de que até os 9-10 anos as crianças não possuem a noção de causalidade física, não podem realizar raciocínios indutivos e são incapazes de relacionar um fórmula matemática com a realidade física subjacente.
Estas afirmações, que são corretas no abstrato, constituem-se, no contexto pedagógico, numa das manifestações possíveis da atitude que podemos qualificar como “ilusionismo psicológico”. Assim, a nossa primeira decisão consistiu em rejeitar esta atitude fácil que consiste em transpor diretamente ao domínio pedagógico os descobrimentos da psicologia da criança, em geral, e da psicologia genética, em particular. Estes resultados podem ser de grande utilidade no contexto escolar,