Pedagoga
INCLUSÃO X EXCLUSÃO
Interessante perceber como estamos despreparados para a inclusão quando convivemos há tanto tempo com as deficiências; ainda hoje fingimos não ver; nos recusamos a aceitar. Fica claro que tiramos o problema da sociedade e o colocamos no indivíduo. A inclusão precisa ser feita com a responsabilização da coletividade, se os projetos não estão surtindo o efeito necessário, devemos nos perguntar qual o problema do serviço oferecido, e não qual o problema do indivíduo. É muito fácil colocar a culpa na pessoa excluída, afinal, ela já está excluída mesmo. No Brasil, uma das referências que têm sido utilizadas para se discutir a inclusão escolar das pessoas portadoras de necessidades especiais é o documento redigido após a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, de 1994 em Salamanca onde “os especialistas ali reunidos estabeleceram um plano de ação cujo princípio norteador mostrava que as escolas deveriam acolher a todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas e outas.” ( INCLUSÂO – Revista da Educação Especial – out/2005) Entretanto, integrar as pessoas com necessidades especiais no espaço restrito da escola, e ainda mais, através de medidas legais que não tomem como referência um conjunto de ações em outras áreas, é simplificar e mascarar o problema. Para esclarecer a validade ou não de se utilizar este documento como referência, na questão da inserção das Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais na escola regular, é necessário primeiramente adequá-lo ao contexto histórico atual. O Documento de Salamanca, apesar de seu discurso de uma sociedade inclusiva perfeita, também “apela a todos os governos a dar prioridade política e orçamentária a essa área, incentivando organizações internacionais de financiamento a arrecadar