peca teatral
WWW.OFICINADETEATRO.COM
QUALQUER UTILIZAÇÃO DA OBRA PARA MONTAGEM - COM OU SEM FINS COMERCIAIS - ENTRAR EM CONTATO COM A SBAT OU COM O AUTOR
SBAT.: (21) 2544-6966 – sbat@sbat.com.br
Autor: jomarmagalhaes@ig.com.br
CASA, NÃO CASA (a peça)
De: Jomar Magalhães
CENA 1 – Velório. Luz em duas mulheres vestidas de luto.
MULHER 1 – Era um bom sujeito!
MULHER 2 – Um bom sujeito que será sepultado aqui no São João Batista, santo de quem era devoto.
MULHER 1 – São João Batista!? Não seria ele devoto de Santo Antônio?
MULHER 2 – De Santo Antônio eu não sei; já de São Jerônimo talvez sim. Soube até que pagou uma promessa pra esse santo no ano passado. Mas vamos andando porque o cortejo já vai sair.
CENA 2 – Uma senhora encontra-se sentada em uma cadeira de balanço, tendo às mãos um livro que se possa ler na capa o nome de Machado de Assis. Vê-se ao fundo um relógio marcando algum horário entre uma e duas horas e ainda um calendário com a data de 16 de março. É noite. De repente ela interrompe a leitura, vai à janela e fica ali a observar algo lá fora.
CENA 3 – Júlio está na sacada de sua casa olhando o céu e dando algumas baforadas em seu charuto. Entusiasmado, recita um soneto de Olavo Bilac. (Via Láctea).
JÚLIO – “Ora! (direis) ouvir estrelas!? Certo perdeste o senso,” E eu vos direi no entanto...”
PERCEBE um vulto feminino se aproximando de sua casa e parando à porta. Acende uma vela e desce rapidamente uma escada em espiral.
JÚLIO – Quem será a essa hora? Será que me entusiasmei com os versos e alguém me vem pedir silêncio? Será talvez alguma pedinte...?
ABRE a porta.
JÚLIO – Isabel!?
COM a surpresa, a vela cai no chão aumentando a penumbra. Júlio, apreensivo, torna a acendê-la. JÚLIO – Isabel!??
A MOÇA, sem lhe dizer uma palavra, estende-lhe uma fotografia que Júlio sequer examina.
JÚLIO – Isabel!???
EM MEIO ao