Particularidade Precariedade Do Regime De Trabalho No Fordismo A Brasileira
4.2.1 FLEXIBILIDADE E PRECARIEDADE DO REGIME DE TRABALHO NO “FORDISMO À BRASILEIRA”
Segundo a autora Josiane Soares, a expansão do fordismo está associada aos “anos de ouro” do capitalismo nos países centrais. Os anos de 1950 e 1960, especialmente a Europa e os Estados Unidos, caracterizaram-se, em termos das relações entre capital e trabalho, por um alto grau de regulação estatal, que esteve no centro de uma política econômica pautada pela manutenção do pleno emprego.
Do ponto de vista da acumulação, a autora põe que, a politica de pleno emprego se explica pela elevação da produtividade, que impunha o crescimento, nas mesmas proporções, do mercado consumidor, para o qual era essencial, por sua vez, o crescimento do nível do emprego e do assalariamento. Diante dessa necessidade de massificação do consumo como consequência da produção em massa, foi possível um expressivo fortalecimento do papel dos sindicatos, através das negociações coletivas, obtendo ganhos históricos substantivos para a classe trabalhadora, como foi o caso dos aumentos salariais associados à elevação da produtividade.
Josiane soares saliente duas características que emergem com esse padrão produtivo. A primeira trata do fortalecimento do caráter coletivo das contratações e das demandas trabalhistas, personificado pelo reconhecimento das negociações coletivas. Esse instrumento de regulação do trabalho possibilitou, através da coletivização dos conflitos trabalhistas, maior poder de interferência aos trabalhadores, representados pelos sindicatos, sobre as relações de trabalho em geral. A segunda característica referida remete à massificação da estabilidade no emprego, decorrente das diretrizes gerais do próprio modo de acumulação, que fomenta o consumo em massa. Fundamental para entender, inclusive, as demais conquistas trabalhistas no contexto do fordismo clássico, a estabilidade dos trabalhadores no emprego foi conquistado com base na