Parnasianismo
HETERÔNIMOS são autores imaginados por Fernando Pessoa. Quando assumia a forma de um de seus heterônimos ele produzia textos com características completamente diferentes dos de sua autoria. Entre os heterônimos, destacam-se Bernardo Soares, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis.
ALBERTO CAEIRO, segundo Fernando Pessoa:
Nasceu em 1889 e morreu em 1915; nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão nem educação quase alguma. Era de estatura média, e, embora realmente frágil (morreu tuberculoso), não parecia tão frágil com era. Tinha a cara rapada, era louro sem cor, olhos azuis. [...] Sobre a educação só teve a instrução primária; morreram lhe cedo o pai e a mãe, e deixou se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia-avó. Autor de uma poesia cuja simplicidade aparente esconde uma complexidade filosófica bastante grande, Alberto Caeiro define-se como o "o homem do campo", "o guardador de rebanhos".
Toda a sua produção poética gira em torno da questão da percepção do mundo e da tendência do ser humano em interpretar o que vê como símbolos de outras coisas. Segundo Caeiro, essa é a razão de não conseguirmos compreender que as coisas são o que são e que este é o seu verdadeiro significado. XXXV O luar através dos altos ramos, Dizem os poetas todos que ele é mais Que o luar através dos altos ramos. Mas para mim, que não sei o que penso, O que o luar através do altos ramos É, além de ser O luar através dos altos ramos, É não ser mais Que o luar através dos altos ramos.
RICARDO REIS, segundo Fernando Pessoa. Nasceu em 1887 (não me lembro do dia e mês, mas tenho os algures), no Porto, é médico. [...] Educado num colégio de jesuítas, vive no Brasil desde 1919, pois se expatriou espontaneamente por ser monárquico. É