Parnasianismo

caráter lírico, sendo que nos sonetos do livro Via Láctea esse lirismo aparece de forma mais espiritualizada, e nos poemas de Sarças de fogo ele é tingido com grande sensualismo e erotismo.
Para os parnasianos o gênero lírico é transmitido no rigor da forma, numa linguagem poética discursiva, seja para descrever algo, ou para fazer questionamento sobre o poetar, no “conter da alma” pela forma preconizada, ainda que tal atitude possa resultar na redução da idéia como assim preceitua Olavo Bilac em Inania Verba: “A forma fria... é um sepulcro de neve.../A palavra pesada abafa a idéia leve” (2ª quadra). deslocam-se para o diálogo do eu consigo mesmo (Inania Verba)
Visando à arte pela arte, o poeta parnasiano Olavo Bilac, no soneto Inania Verba (palavras vãs), explorou outras metáforas:
"O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava; A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve... E a Palavra pesada abafa a Ideia leve, Que, perfume e clarão, refulgia e voava."
Isso tudo para defender a sua tese inicial: "quem há de exprimir [...] / o que a boca não diz, o que a mão não escreve?", corroborada no verso de ouro: "Quem o molde achará para a expressão de tudo?". Trabalhando, ainda, essa estrofe parnasiana, podemos formar a seguinte analogia: Pensamento: Forma :: turbilhão: sepulcro
Com a compreensão da alegoria: o Pensamento (a ideia) ferve como a lava de um vulcão, mas a Forma (a palavra) é fria tal qual um sepulcro de neve; assim como quando temos uma ideia boa, leve, agradável, mas a palavra escrita abafa-a, tornando- a pesada, "desfeito em lodo, o que te deslumbrava.".

Há de se considerar, ademais, que pode ocorrer cruzamento de textos; assim, o texto de um autor pode ser retomado pelo texto de outro autor; pode-se manifestar a presença de um texto em outros textos. Aliás, houve no movimento modernista o costume de retomada de textos parnasianos, muitas vezes para despojá-los da rigidez da forma, dando-lhes contornos mais espontâneos.
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