Parmendes e as suas 3 vias.
O poema de Parménides começa com um prefácio de carácter simbólico de que existem 32 versos. Os primeros trinta versos foram conservados por Sexto Empírico, que os transmitiu na sua obra Adversus Mathematicos VII, 111ss. Por sua vez, Simplício da Cilícia transmite na sua obra de Caelo 557, 25ss, os versos 28 a 32. O prefácio figura como o primeiro fragmento na recompilação de Diels (DK 28 B 1).
No prefácio, Parménides descreve a viagem que faz «o homem que sabe»: uma viagem de carro, puxado por um par de éguas, e impulsionado pelas Helíades (versos 1–10). O caminho por qual é conduzido, distante do caminho usual dos mortais, é a via da noite e a via do dia, caminho que é interrompido por um enorme portal de pedra, cuja guardiã é Dice (deusa da justiça). As filhas do sol persuadem-na, e esta abre a porta para que passe o carro (vv. 11–21). O narrador é recebido por uma deusa, cujo discurso, que começa no verso 24, é o conteúdo do resto do poema. Esta lhe indica, em primeiro lugar, que não foi enviado por um destino funesto, mas pela lei e pela justiça (vv. 26–28). À luz disto, segue, é necessário que conheça todas as coisas, tanto "o coração inabalável da verdade persuasiva" como "as opiniões dos mortais", porque, apesar de que nestas «não existe convicção verdadeira», no entanto gozaram de prestígio (vv. 28–32).
As vias da indagação[editar | editar código-fonte]
Proclo conserva, em Timeu I 345, 18–20, dois versos do poema de Parménides, que junto com seis versos transmitidos por Simplício da Cilícia, em Física, 116, 28–32–117, 1, formam o fragmento 2 (28 B 2). Aí, a deusa fala de duas «vias de indagação que se podem pensar». A primeira é expressa da seguinte maneira: «que é, e também, não pode ser que não seja» (v. 3); a segunda: «que não é, e também, é preciso que não seja» (v. 5). A primeira via é a «da persuasão», que «acompanha a verdade» (v. 4), enquanto que a segunda é «completamente inescrutável» ou «impraticável»,