Parceria especial cv e ue
PARCERIA CABO VERDE / UNIÃO EUROPEIA
I – Origens
A ideia foi lançada pela primeira vez pelo Dr. Mário Soares, uma das figuras mais proeminentes da política portuguesa e da história dos PALOP, porque esteve directamente envolvido nos processos de negociações para a independência das colónias portuguesas em África, logo após o 25 de Abril. Numa conferência realizada em 1994 em Tenerife, Canárias. Ao fazer referência as ilhas da Macaronésia, (Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde), afirmou:
“Era adequado que os cabo-verdianos não fossem exclusivamente africanos, porque não são. São uma mistura de africanos, de portugueses, de judeus e gente que passou em todas as direcções cruzando o Atlântico”.
Em Setembro de 2004, durante o Simpósio Amílcar Cabral, Mário Soares voltou ao mesmo tema, encontrando receptividade por parte do governo Cabo Verde, que acabou por delinear como uma das suas grandes prioridades a obtenção de uma parceria especial com Bruxelas.
Mas a discussão da possível adesão de Cabo Verde na União Europeia foi reactivada pelo artigo do Dr. Adriano Moreira publicado no Diário de Notícias do dia 8 de Fevereiro de 2005, defendendo que não existem obstáculos nos estatutos da U.E que impeçam Cabo Verde de solicitar à Bruxelas abertura negociações para sua adesão. Como argumentos Adriano Moreira apresenta, tal como Mário Soares, a especificidade cultural cabo-verdiana, a literatura e a boa governação como factores endógenos à Cabo Verde que justificam a sua adesão a U.E
No que concerne a vantagens para Europa, o autor afirma: “não é possível sugerir qualquer modelo de organização do Atlântico Sul, e de articulação entre a sua segurança e a do Atlântico Norte, sem incluir Cabo Verde no processo, supondo que não recusará o consentimento e a colaboração”.
Em Março de 2005 Mário Soares e Adriano Moreira, apresentaram na Sociedade de Geografia, em Lisboa, uma petição defendendo a adesão do arquipélago de Cabo Verde a U.E., e,