PAPEL DA CI NCIA NA G NESE
REFERÊNCIAS: KARDEC, Allan. A Gênese : Os milagres e as predições segundo o espiritismo. 47 ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2005.
Nas eras primitivas, muito eivadas de erros grosseiros haviam de ser as primeiras teorias sobre o sistema do mundo. À medida que o homem se foi adiantando no conhecimento das leis da Natureza, também foi penetrando os mistérios da criação e retificando as ideias que formara acerca da origem das coisas. Uma vez achado o fio condutor, as dificuldades prontamente se aplanaram. Em vez de uma Gênese imaginária, surgiu uma Gênese positiva e, de certo modo, experimental.
Pois que é impossível se conceba a Gênese sem os dados que a Ciência fornece, pode dizer-se com inteira verdade que: a ciência é chamada a constituir a verdadeira Gênese, segundo a lei da Natureza. De todas as Gêneses antigas, a que mais se aproxima dos modernos dados científicos, sem embargo dos erros que contém, postos hoje em evidência, é incontestavelmente a de Moisés. Alguns desses erros são ou de falsa interpretação atribuída a certos termos, ou cuja acepção mudou com os costumes dos povos, ou, também, decorrem da forma alegórica peculiar ao estilo oriental e que foi tomada ao pé da letra, em vez de se lhe procurar o espírito. Levando suas investigações, demonstrou a Ciência, os erros da Gênese moisaica tomada ao pé da letra e a impossibilidade material de se terem as coisas passado como são ali textualmente referidas. Mas, com quem havia de estar a razão: com a Ciência, que caminhava prudente e progressivamente pelos terrenos sólidos dos algarismos e da observação, sem nada afirmar antes de ter em mãos as provas, ou com uma narrativa escrita quando faltavam absolutamente os meios de observação? Por guardar respeito aos Textos Sagrados, dever-se-ia obrigar a Ciência a calar-se? Fora tão impossível isso, como impedir que a Terra gire. Se a Religião se nega a avançar com a