Pan-africanista marina de mello souza
“A resistência à ocupação colonial sempre existiu, mas no início, muito raramente conseguiu resultados positivos. Até 1960 franceses e ingleses, os principais ocupantes coloniais, mantiveram firme seu controle sobre as sociedades africanas. Nelas haviam implantado um sistema de governo que combinava as formas africanas tradicionais com as suas próprias, criando cargos e órgãos administrativos que tentavam reproduzir os sistemas de governo e a representação das democracias europeias. As autoridades tradicionais, sempre que possível, eram incorporadas aos conselhos e órgãos de representação, e seus filhos eram educados nos padrões ocidentais. Mas, enquanto alguns se mantiveram servindo os interesses dos brancos estrangeiros, outros se rebelaram contra a ocupação colonial e se engajaram em movimentos de contestação, organizando atos de denúncia, de resistência e elaborando propostas alternativas de governo.” (SOUZA, Marina de Mello. África e Brasil africano. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2007, p. 164.)
Nesse processo, o ideário pan-africanista foi um elemento atuante na resistência contra a dominação europeia. Discorra sobre o pan-africanismo extraindo do texto um elemento de sua constituição.
Segundo Marina de Mello Souza, havia um despertar dentro deste contexto internacional dos colonizados em uma tentativa de pôr em evidência a cultura africana. Nasce no negro o desejo de afirmação cada vez maior, ultrapassando os limites da literatura, atingindo a ação política e a luta pela independência. O movimento pan-africano constituiu-se num cordão umbilical que possibilitou, pelo menos ideologicamente, a interseção dos povos africanos espalhados pela América e pela Europa com a sua origem africana. O movimento pan-africano redimensionou a identidade negra, refloreceu o sentimento de pertencimento africano, trouxe