Painéis de s. vicente, a questão
ÍNDICE: I) Introdução II) A QUESTÃO III) Conclusão IV) Bibliografia
I – INTRODUÇÃO
No âmbito da Unidade Curricular de História da Cultura Portuguesa, este trabalho serviu de pretexto para um contacto mais directo com uma das mais importantes e célebres pinturas da Europa quatrocentista, que consiste no conjunto de seis tábuas, descobertas ocasionalmente em finais do século passado e a que se convencionou designar como “OS PAINÉIS”.
A minha curiosidade e interesse não foram então muito estimulados pela consulta de obras gerais, pecando estas pela excessiva generalização do tema, quase restringindo o interesse dos painéis ao grande valor da sua originalidade enquanto pintura e ao forte cunho psicológico do tratamento das figuras. Sobre o eventual pintor, não eram feitas mais do que algumas achegas, muito insuficientes e superficiais.
Mas, desde que iniciei a pesquisa, deparei ainda com um aspecto: vastas e constantes referências bibliográficas a um outro título que, a meu ver estranhamente, ocupava um lugar de maior relevo: a questão dos Painéis.
E sem querer, estava a pesquisar um tema que não era já o estudo dos painéis de S. Vicente de Fora, mas do que à sua volta se enredou num intrincado nó de problemas e questiúnculas sucessivas. Do interesse imediato e da curiosidade inusitada, despertos pelos Painéis, logo após a sua descoberta, muito rapidamente se passara a uma série infindável de polémicas, algumas delas grotescas e risíveis. “À margem dos painéis, a questão opôs, aqui e ali, a sensibilidade de uns contra a (quantas vezes pretensa) erudição de outros, permeando as discussões com um espírito quezilento e abrindo — muito raramente — as portas a uma conjugação de esforços por parte dos variadíssimos intervenientes.
Desde que abandonaram S. Vicente de Fora, os painéis serviram de pretexto às mais fantasiosas interpretações, ao sabor