pael da religião norte americana
Na abundante literatura disponível hoje sobre a centralidade de aspectos culturais e normativos como determinantes da política externa norte-americana, o "excepcionalismo" é tema freqüentemente analisado, embora mormente no que se refere a seus aspectos seculares. O que este artigo procurou demonstrar é que esse sentimento de excepcionalidade, tão importante para explicar a postura norte-americana no plano internacional, tem suas origens históricas firmemente plantadas na religião.
Para tanto, acompanhou-se a evolução histórica da idéia segundo a qual a "experiência política norte-americana" esteve, desde o começo, inspirada e protegida pela providência divina. Viu-se que os primeiros colonos se mobilizaram em torno do objetivo de estabelecer, nos territórios recém-descobertos, uma "nova ordem religiosa dos tempos", plano esse que, além de premissas essencialmente religiosas, implicava também o estabelecimento de arranjo político de pureza e eficácia a toda prova.
Viu-se igualmente que essa experiência político-religiosa, de início circunscrita à Nova Inglaterra, terminou por ampliar-se à escala de um projeto nacional. Nesse processo, deu origem a novo conjunto de mitos "fundacionais", no qual os temas tradicionais da simbologia puritana eram completados e transformados por motivos do ideário político da revolução. A confluência entre convicções religiosas e conquistas seculares resultou na constituição de um "credo" nacional: uma teologia