pablo
Kant: a distinção entre belo e sublime
Kant distinguiu o belo do sublime. Parece-me correto definir o sublime como algo grandioso e perfeito do ponto de vista metafísico e intelectual e o belo como algo pequeno, limitado, perfeito do ponto de vista físico-visual. Convém dizer que o Inferno da mitologia cristã é o sublime terrível: é perfeito enquanto lugar do mal ou seja maximamente imperfeito do ponto de vista do bem. Há portanto uma perfeição em dois sentidos: a perfeição do paraíso e do mundo dos arquétipos de Platão, perfeição do bem, em sentido positivo, e a perfeição dos infernos de Platão ou do catolicismo, com rios de lava levando as almas dos condenados e monstruosos diabos, perfeição do mal, em sentido negativo. Aparentemente pelo menos, o sublime é Yang, expansão, transcendência e o belo é Yin, contração, imanência.
Dentro do sublime, Kant distinguiu três modalidades: o sublime terrível que mistura a admiração da grandiosidade com o temor ou o horror (exemplo: um precipício imenso, a cratera de um vulcão a vomitar lava), o sublime nobre em que a admiração da grandiosidade se mistura com a nobreza assente na simplicidade, (exemplo: uma catedral gótica, sem decorações interiores) o sublime magnífico (exemplo: um palácio residencial recoberto a oiro e pedras preciosas). Escreveu: «Os carvalhos altos e a sombra solitária no bosque sagrado são sublimes, as plantações de flores, sebes baixas, e árvores