Pa 2008
Liquid fear
Bauman, Z. (2008). Medo líquido. Rio de Janeiro: Zahar.
Neuzi Barbarini
Mestre em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Professora da PUCPR e Faculdade Dom Bosco, Curitiba, PR - Brasil, e-mail: neuzib@gmail.com
Zygmunt Bauman publica mais um livro em que utiliza o termo “líquido” para nomear questões da atualidade. Esta já é a quinta obra do autor, publicada no Brasil, que trabalha com esta idéia de liquidez, mas, neste livro, particularmente, o adjetivo mostra-se muito pertinente, pois a imagem de um medo que escorre e penetra em pequenos espaços parece ser cada vez mais presente na sociedade contemporânea.
Para Bauman, em uma sociedade “sólida”, as instituições são estáveis e o indivíduo pode se apoiar nelas. Em uma sociedade líquida, os laços sociais são fluidos, incertos, as posições sociais são inseguras e a perda de referências estariam gerando medos difusos, confusos, flutuantes, principalmente pela dificuldade de estabelecimento de estratégias a longo prazo.
Nesta obra, o autor descreve três tipos básicos de perigos dos quais derivariam todos os medos.
O primeiro seria os perigos que ameaçam o corpo e as propriedades, um segundo tipo, mais geral, ameaça a durabilidade da ordem social, como, por exemplo, o emprego, a segurança, por fim, os perigos que ameaçam o lugar da pessoa no mundo, sua posição social, sua identidade, ou seja, o medo da exclusão.
Detalhando esses tipos de medo, ele aborda o pavor da morte ou o “medo original”, o medo do mal, o horror do inadministrável e o terror global.
O medo da morte é visto pelo autor como um medo inato, endêmico, do qual não se pode fugir. Esse medo seria, provavelmente, o preço cobrado pela nossa humanidade. Ser humano é tomar consciência da morte, de sua inevitabilidade e da “apavorante tarefa de sobreviver à aquisição desse conhecimento” (p. 45).
O medo e o mal são inseparáveis como irmãos siameses e talvez até mesmo dois nomes de uma