Oswald de Andrade
APRESENTADOR (Carlos Daniel): Hoje estamos com um dos principais literatos do modernismo no Brasil, José Oswald de Sousa Andrade, autor dos dois mais importantes manifestos modernistas, o Manifesto da Poesia Pau-Brasil e o Manifesto Antropófago que será entrevistado pelos nossos queridos repórteres Josy Maria, Matheus de Souza e Kananda Barbosa.
Repórter um (Josy): Você tem uma descendência rica, seu pai era proprietário de terras e trabalhava com imóveis e café, é um escritor, ensaísta e dramaturgo brasileiro e um dos promotores da Semana de Arte Moderna que ocorreu 1922 em São Paulo, tornando-se um dos grandes nomes do modernismo literário brasileiro. Foi considerado pela crítica como o elemento mais rebelde do grupo, mas sendo o mais inovador entre estes e colaborador na revista Contemporânea que foi de 1915 a 1926. Como foi o começo de sua careira literária? E porque você é apontado como rebelde?
Oswald (Rayanne): Nasci em São Paulo em 11 de janeiro de 1890, meus pais Jose Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade sempre me apoiaram, com 15 anos comecei a participar de ajuntes literários. Formei-me em bacharel em humanidades no Colégio de São Bento, em 1908. Um ano depois, ingressei na Faculdade de Direito do Largo São Francisco e comecei a trabalhar como redator e repórter do Diário Popular. Em 1911, fundei o semanário O Pirralho, financiado por minha família. Após o terceiro ano da faculdade, em 1912, fiz minha primeira viagem à Europa, onde conheci Kamiá, mãe do meu primeiro filho. No meu retorno trouxe de lá as ideias futuristas de Marinetti, e aplique-as no Brasil em meus escritos. Tornei-me colaborador do Jornal do Comércio e de A Gazeta, ao mesmo tempo em que aluguei um local para que escritores e estudantes pudessem se encontrar. Em 1917 conheci Mario de Andrade e a partir de então, passamos a trabalhar juntos iniciando movimentos que visavam a Semana de Arte Moderna de 1922 sempre