Oswald de Andrade
Escrito com a ajuda de Mário de Andrade e Raul Bopp, é considerado o mais radical de todos os manifestos da primeira fase do Movimento Modernista. Ao resgatar a crença indígena de que os índios antropófagos, ao comerem seus inimigos, estariam assimilando suas qualidades, ele defende uma espécie de projeto de resistência às incorporações feitas sem o devido senso crítico, A proposta era “devorar” a cultura e técnicas estrangeiras e submetê-las a uma digestão crítica em nosso estômago cultural, de forma assimilá-las ou ainda vomitá-las, se fossem consideradas impróprias ou indesejáveis.
Oswald de Andrade alude ironicamente a um episódio da história do Brasil: o naufrágio do navio em que viajava um bispo português, seguido da morte do mesmo bispo, devorado por índios antropófagos.
O Manifesto da Poesia Pau-Brasil defende que a cultura brasileira deveria ser exportada ao mundo, da mesma forma que o pau-brasil. No entanto, para o poeta, nossa produção cultural não pode dever nada à cultura europeia. Aliás, o Brasil deveria influenciar a Europa. Desta forma, Oswald propunha uma descolonização brasileira. Ele estava cansado de ver a literatura - assim como todas as outras formas de produção cultural no País - andando de muletas na Europa. Ele desejava criar