Os sertões" resumo da primeira parte- "a terra
PARTE I – A TERRA
O livro Os Sertões divide-se, basicamente, em três eixos centrais: A Terra, O Homem e A Luta. Assim iniciaremos nossa análise pelo estudo do primeiro capítulo que concerne a terra. Tal parte subdivide-se em quatro tópicos, respectivamente: I-PRELIMINARES; II- Golpe de vista do alto de Monte Santo; III- O clima; IV- As secas; V- Uma categoria geográfica que Hegel não citou. Nas preliminares, Euclides inicia a descrição da paisagem como se, com uma câmera, a sobrevoasse, ofertando ao leitor imagens em movimento. A viagem inicia-se nas serras cariocas e percorrendo o sudeste e o centro-oeste faz-nos aportar no sertão baiano, não sem antes descrever detalhadamente as escarpas inteiriças, os chapadões nivelados, as notáveis mudanças de relevo e a bacia do rio São Francisco que demarcam o caminho.
Assim, o autor acentua a imponência e soberba das serras com a constante diminuição de altitude do relevo que culmina, com a chegada na Bahia, na formação das planícies descritas na linguagem culta e rebuscada de Euclides, como: “até que em plena faixa costeira da Bahia, o olhar, livre dos anteparos de serras que até lá o repulsam e abreviam, se dilata em cheio para o ocidente, mergulhando no âmago da terra amplíssima lentamente emergindo num ondear longínquo de chapadas...”[1] Ao chegar ao nordeste o sertão se iniciaria entre os rios São Francisco e Itapicuru-açu. Narra que a terra tem aspecto estranho e que por muito tempo ninguém se fixou lá e a denomina por isso de terra ignota. Destacando-se alguns vilarejos minúsculos, por exemplo, Maçacará, Cumbe e a “cidade” de Monte Santo. Tanto que em outra passagem do livro reforça: “De sorte que, sempre evitado, aquele sertão, até hoje desconhecido, ainda o será por muito tempo.”[2] Note-se, aqui que a exaltação da natureza antes empregada para descrever a paisagem sudeste dá lugar a surpresa do viajante que se depara com uma terra “em branco”, desconhecida. Nessa