Os primórdios da humanidade: uma leitura da nuova scienza de giambattista vico
Centro de humanidades
Curso de Filosofia
Antropologia Filosófica
Professor: Bosquinho
Aluno: Marcos Aurélio da Guerra Dantas
Os primórdios da humanidade: uma leitura da Nuova Scienza de Giambattista Vico
Fortaleza
2007 Introdução
A relevância desta pesquisa consiste na apresentação da reflexão viquiana das origens, ou seja, das causas e do por quê do homem transformar-se de “besta solitária” em “ser sociável”: a natureza humana era tema fundamental do século XVII. Apesar de não possuir grande fama e notoriedade em seu tempo, o pensamento viquiano despertou o interesse de estudiosos não só na Itália e na Europa, mas em outros países e continentes, em razão da originalidade e distinção de suas idéias em relação às dos seus contemporâneos. Se algumas das idéias de Vico são tidas como “ingênuas” e “fantásticas”, isto se deve, a rigor, ao caráter imaginativo delas: característica essencial do conhecimento humano.
Os comentaristas da obra viquiana são unânimes em afirmar que Vico foi, a princípio, um grande admirador de René Descartes (1596-1650). Este último chegou mesmo a influenciar os seus escritos: tanto na metodologia quanto no ideário. Posteriormente ocorreu um desencanto: Vico passou a hostilizar as idéias cartesianas. Na obra De nostri temporis studiorum ratione (1708), ele principia os seus ataques contra o cartesianismo, por ser o método de Descartes um risco, dado o seu primado da dedução. Para Vico, trata-se de algo insustentável, porque se descarta outras formas de conhecimento e faculdades como a imaginação, na qual reside a inventividade. Na Scienza Nuova (1744), o pensamento mítico ocupa um lugar de destaque no sistema de Giambattista Vico, pois o estudo dos mitos possibilita a elucidação de alguns “mistérios” da vida dos homens primitivos. Em tal obra, o autor cria uma estreita relação entre mito, poesia e linguagem a