os primeiros instrumentos
Também à volta da origem dos primeiros instrumentos se teceram lendas e se alimentaram contos mitológicos, todos os povos mais antigos têm lendas próprias sobre a origem e o uso dos instrumentos musicais, considerando-os um Dom das respectivas divindades e tendo um uso com elas ligados. Assim a lenda da mitologia grega e egípcia segundo a qual a lira teria sido inventada por Mercúrio que, tropeçando casualmente numa carcaça de tartaruga, em que estavam alguns restos do animal em forma de filamentos, ficou surpreendido com o som que dela nasceu; isto daria origem à ideia de aperfeiçoar o instrumento, que se tornou de uso nacional para os gregos. Também um dos primeiros instrumentos de sopro, genericamente chamado flauta campestre (conjunto de tubos de tamanho diverso), era uma invenção de Pan, deus dos campos. Na origem histórica dos primeiros instrumentos é provável que os de percussão tenham precedido os melódicos (de entoação); esta precedência cronológica parece explicar a necessidade rítmica da natureza humana, nas suas manifestações de carácter sensório-motor: respiração, ritmo cardíaco, caminhar, correr.
No Paleolítico, os instrumentos parece terem sido incapazes de emitir sons musicais, mas apenas ruídos, não só nos de percussão, mas também nos de sopro (flautas, trompetes – feitos de ossos de animais sagrados).
O período mais fecundo da criação instrumental é o Neolítico, com várias espécies de tambores, campainhas, xilofones e vários instrumentos de sopro do tipo do clarinete, em que o aparecimento de furos laterais testemunha as tentativas de execução melódica; nasceram e aperfeiçoaram-se vários instrumentos de corda, do tipo da cítara.
Com a idade dos metais, os instrumentos começaram a ser fabricados e aperfeiçoados com os novos materiais. Pelo IV milénio a. C. apareceram as harpas e pelo II milénio desenvolvem-se civilizações novas com manifestações de arte que se incluem já na história