os maias
*Dayse Galvão Souza Oliveira
INTRODUÇÃO
Este artigo visa demonstrar, na obra Os Maias (1888), de Eça de Queirós, as semelhanças com a própria história Lusitana empenhada no amor e na morte, e outro romance realista de Gustave Flaubert Madame Bovary.
Foram destacadas algumas características psicológicas e morais dos personagens principais: Pedro da Maia, Charles, Maria Monforte, Emma Bovary e D. Afonso da Maia. Essas obras apresentam uma imagem de homens fracos e submissos, mulheres fúteis e dominadoras que idealizavam o romantismo erótico através do adultério e da luxuosidade.
Finalizando com amoralidade retratada por Eça na sociedade burguesa portuguesa culminada em forma de incesto que reflete a decadência da família e em consequência a sociedade lisboeta. OS MAIAS: UMA OBRA REALISTA
Os Maias expõe a síntese do realismo, porém composto de ideais e/ou características do amor romântico transformado sarcasticamente pelas desventuras, tragédias e desencontros expostas por Eça em sua obra.
Identificamos o realismo nas nuances do romance, caracterizado pela crítica a Burguesia, ao Estado, ao Clero, a instituição familiar (casamento), e por último tamanha proporção e graça ao amor fidedigno, inocente e avassalador típico do romântico.
O cientificismo também é uma das características marcantes do realismo, dotado de exatidão e raciocínio lógico abstraindo a religião e o místico tão evocado pelo Romantismo. Os Maias refletem aspirações e análises subjetivistas, ideológica, literárias e sociais, mas também concretas – roupas, cheiros, paisagens – translada o leitor a um ambiente social, político, econômico, literário e científico do século XIX, em Portugal.
A obra nasceu de uma proposta feita por Eça, em janeiro de 1878, ao seu editor; o projeto era de uma coleção de novelas intitulada Cenas da Vida Portuguesa. Os dez anos seguintes foram dedicados a esse projeto, cujo título original foi Os Maias: