os maias
Pelo facto de ter vivido em Inglaterra e em Paris, o autor teve a possibilidade de contactar com outras realidades e fazer uma comparação crítica em relação a Portugal.
O narrador critica e ironiza um ou vários traços caracterizadores da Nação do ponto de vista histórico, político, social, económico, cultural, geográfico e arquitectónico. Exprimindo a necessidade urgente de reformar os hábitos, os costumes e a mentalidade limitada do povo português.
O romance Os Maias fala-nos dos vícios da Pátria, para a qual Eça de Queirós olhava do ponto de vista exterior. O seu afastamento de Portugal possibilitou-lhe realizar uma análise objectiva e impiedosa de uma sociedade que considerava ridícula, decadente e tão distanciada da civilização estrangeira que este tão bem conhecia.
Este romance realista apresenta uma crítica social que espelha determinados defeitos humanos que até então não eram revelados, como o materialismo, a traição, a corrupção e, também, defeitos de carácter e de personalidade. Todos estes elementos que podemos ver presentes na obra.
As críticas de Eça de Queirós estão bem assentes tanto nas personagens como em episódios da vida quotidiana destas mesmas.
Em relação às personagens:
Eusebiozinho, Pedro e Carlos da Maia são personagens que são utilizadas pelo autor para criticar a educação e a mentalidade portuguesa e defender a perspectiva britânica.
A educação é abordada de forma a evidenciar duas mentalidades diferentes: uma, a portuguesa, caracterizada por uma visão católica, decadente e tradicionalista, que não procura a inovação. Esta educação não valoriza a independência, o desenvolvimento das capacidades de reflexão e de crítica, etc. Enquanto que a britânica, defende uma educação moderna, a favor da cultura física, da defesa da ética,etc. Pedro da Maia e Eusebiozinho são os paradigmas da