os jovens que esquecem a história
Categoria: Em Debate
Publicado em Domingo, 09 Março 2014
É um truísmo que os jovens carecem de conhecimento histórico geral. Mas, na minha experiência, para muitos jovens o passado se achatou em uma grande nebulosa indiferenciada. É por isso que, em uma carta aberta publicada recentemente na revista italiana "L'Espresso", aconselhei meu neto adolescente a exercitar sua memória aprendendo de cor um longo poema.
Eu temo que as gerações mais jovens de hoje corram o risco de perder o poder da memória, tanto a individual quanto a coletiva. Pesquisas revelaram os tipos de enganos que persistem entre jovens ostensivamente educados: por exemplo, li que muitos universitários italianos acreditam que Aldo Moro foi líder da organização militante Brigadas Vermelhas, quando na verdade ele foi primeiro-ministro da Itália e as Brigadas Vermelhas foram responsáveis por sua morte em 1978.
Escrevi a carta para meu neto em dezembro, mais ou menos na época em que um certo vídeo se tornou viral no YouTube. Era um episódio de "L"Eredità", um programa de perguntas e respostas da TV italiana que parece escolher os concorrentes com base na boa aparência e na simpatia natural, além de um módico conhecimento geral. (Supostamente isto é para evitar encher o programa com pessoas lindas mas sem noção que espremem seus cérebros só para responder a perguntas de múltipla opção como: Giuseppe Garibaldi foi um ciclista, um explorador, um líder militar ou o inventor da água quente?)
Em um episódio, o anfitrião, Carlo Conti, pediu que os concorrentes identificassem o ano em que Adolf Hitler foi nomeado chanceler da Alemanha. As quatro opções de respostas eram: 1933, 1948, 1964 ou 1979. Os quatro concorrentes que tiveram a oportunidade de responder foram: Ilaria, uma jovem muito bonita; Matteo, um homem forte de cerca de 30 anos, cabeça raspada e corrente no pescoço; Tiziana, uma jovem atraente que também parecia ter cerca de 30