OS JOVENS ENTRE A EDUCAÇÃO E O TRABALHO: CONSEQUÊNCIAS DE UMA CRISE
Correntemente, define-se juventude como o período de transição atravessado pelos indivíduos de uma determinada sociedade, no qual passa-se da infância à condição adulta, sendo observadas uma série de mudanças biológicas, psicológicas, sociais e culturais, variando de acordo com a sociedade, a cultura, a etnia, a classe social e o gênero ao qual pertence esse indivíduo. A Biologia e a Psicologia propõem uma definição no qual juventude seria um período que iria do momento que se atinge a maturidade fisiológica até o momento que se atinge a maturidade social. Contrários a esse enfoque, sociólogos e cientistas políticos acreditam que outras dimensões devem ser adicionadas a essa análise. Levando isso em consideração, a Unesco, no livro Políticas Públicas De/Para/Com Juventudes, utiliza o termo “juventude” entre aspas por ser uma forma generalizante de classificação e utiliza o termo juventudes como uma maneira mais correta de denominar os indivíduos pertencentes a esse grupo, visto que ser jovem
[...] tem significados distintos para pessoas de diferentes estratos socio-econômicos, e é vivida de maneira heterogênea, segundo contextos e circunstâncias. Esse é um dos embasamentos para a utilização do termo juventude no plural. Contudo não se apela para uma visão fragmentada por tipos de jovens, se ressalta que há elementos comuns a todos os jovens1.
Para Deibar René Hurtado Herrera, que utiliza conceitos desenvolvidos por Cornelius Castoriadis no decorrer de sua trajetória intelectual e apresentados em suas obras, indica a existência da necessidade de se reconhecer a categoria juventude enquanto categoria sociocultural e construção humana que foi instituída e legitimada socialmente, e que de acordo com o imaginário social de diferentes sociedades possui significados diversos. No decorrer do processo histórico sempre houveram condições e espaços que favoreceram a existência e conservação da