Os elementos de construção do sujeito ético
2.3. Os elementos de construção do sujeito ético
Eu sou como sou agora
Sem grandes segredos dantes
Sem novos secretos dentes
Nessa hora
Eu sou como sou
Presente, desferrolhado indecente, feito um pedaço de mim
Torquato Neto
O termo ética é comumente usado como sinônimo de moral. Embora ambas tenham seus fundamentos na história e, portanto se relacionam às condições socioeconômicas e culturais de cada momento histórico, é necessário estabelecer as devidas distinções entre essas duas categorias.
De acordo com Barroco, essa diferença situa-se entre a vida prática e o conhecimento teórico, como também entre o indivíduo em sua singularidade e o ser humano-genérico. Assim, é possível definir a moral com a prática dos indivíduos em sua singularidade; e a ética como a reflexão teórica e como ação livre voltada ao humano-genérico (Barroco, 1999: p.25).
Nesse sentido, a ética se coloca como uma práxis, pressupondo uma prática concreta e uma reflexão crítica, ou seja, uma forma de ralação consciente e livre entre indivíduo e sociedade, que possibilita ao primeiro adquirir consciência de si mesmo como ser humano-genérico.
Para Chauí (2001), o campo ético é constituído pelos valores e pelas obrigações que formam o conteúdo das condutas morais, isto é, as virtudes. Estas são realizadas pelo sujeito moral, principal constituinte da existência ética.
Sendo os fundamentos da ética sociais e históricos, somente o homem, ou seja, o ser social age eticamente, pois só ele é capaz de agir com consciência e liberdade, capacidades específicas do ser social, ou seja, só o homem pode se comportar como ser ético porque só ele é capaz de agir teleologicamente1. Para tal, ele cria alternativas de valor,