Os Deuses
Conta-se que no inicio existia apenas a Singularidade. Um oceano sereno, infinito e uniforme, onde o tempo não havia despertado. Onde a luz e a escuridão se entrelaçavam, e termos hoje conhecidos como “matéria” e “energia” não divergiam entre si.
Por motivos que todos desconhecem, surgiu da substância que formava essa realidade primeva, o primeiro ser consciente. Seu corpo era disforme e incandescente, e brilhava como a união de todas as estrelas que viriam a existir. Porém, em seu âmago, ele era cheio de duvidas e solidão. Para que propósito tinha sido concebido? O que ele era, afinal de contas? Aquelas questões foram remoendo e o frustrando, até culminarem numa doença que o destruiu. Vagarosamente, num processo que a energia do Primeiro foi absorvida por pontos de protoconsciências, surgiram três novas entidades. Eram eles: Qoji, O Grande Erudito; Anciq, O Senhor Do Fogo; e Derflys, A Mãe Virtuosa.
Qoji era o mais sábio dentre os três, mas, mesmo assim, ele não possuía toda sabedoria que há, e sua existência era totalmente dedicada ao propósito de descobrir todos os mistérios. Por isso passou, passa e passará todo seu tempo meditando, até achar a resposta final que lhe agrade. Ele também era mais poderoso do que seus dois irmãos, e graças a isso Anciq nunca o importunava.
O Senhor Do Fogo era orgulhoso e arrogante. Seu prazer era semear a desordem, ver triunfar o caos, e dele veio à desgraça do mundo. Desde o nascimento, ele luta para destruir sua irmã e tomar seu poder, desejando assim ter forças para desafiar Qoji e se tornar onipotente. Por outro lado, Derflys, A Mãe, era sábia e bondosa. Ela pediu a ajuda de Qoji e juntos os dois criaram os planetas, estrelas e luas, e com um carinho especial, formaram Äru, com seus mares cor de safira, plantas e animais lindos e exóticos. Terminando a criação, o Erudito não se interessou pelo novo mundo. Porém, Derflys decidiu criar animais mais complexos, mais conscientes de suas existências, animais com