Os croods
A fórmula para a sobrevivência é resumida pelo patriarca Grug em uma palavra: medo. Tudo o que está do lado de fora da caverna deve ser temido. A mulher diligente, a sogra anciã, o menino pateta e até a bebê precocemente feroz seguem, obedientes, a cartilha paterna.
Grug só tem problemas com Eep, sua filha adolescente, cujo temperamento inquieto escapa de vez ao controle paterno quando a jovem faz amizade (ou algo mais) com Guy, criativo inventor de gadgets primitivos — entre eles, claro, o fogo.
Os Croods — Uma Aventura das Cavernas (The Croods; Estados Unidos; 2013), nova animação dos estúdios DreamWorks, é um elogio desmesurado à força vital da adolescência: caberá ao casal de garotos impulsionar humanidade a novos patamares culturais e tecnológicos.
A tensão entre um jovem inovador e os adultos aferrados à letra morta da tradição já aparecera com outro cenário — uma aldeia viking — em um filme anterior do mesmo estúdio, Como Treinar o Seu Dragão. O tema lá estava desenvolvido de forma mais eficiente, e com personagens mais cativantes. Projeto que andava quicando para lá e para cá na DreamWorks desde 2005, Os Croods não chega a justificar tanto tempo de elaboração. Tem, é verdade, sequências de ação velozes e divertidas, que vêm sendo comparadas aos ensandecidos jogos de presa e predador do Coiote e do Papa-Léguas.
Só que os personagens clássicos da Warner eram figuras desprovidas de psicologia. Os Croods, ao contrário, pretende envolver o público em um drama familiar — que, por mais que se force a nota emocional repetidas vezes no final do filme, nunca se desenvolve a contento no meio de tanta agitação. O aspecto mais criativo do filme está na fauna ancestral, em tudo diferente de