Os Cl Ssicos Da Pol Tica Hobbes
A guerra se generaliza
A natureza fez os homens iguais quanto às faculdades do corpo e do espírito. Quanto a primeira: pode existir diferença de força entre um homem e o outro, mas o mais fraco tem força suficiente para matar o outro, seja por meio de uma secreta maquinação ou através de uma aliança com alguém mais forte. Já quanto a faculdade do espírito, é a igualdade da concepção de sabedoria.
Hobbes não afirma que os homens são iguais, ele diz “são tão iguais que...”, ou seja, são iguais o suficiente para que nenhum lidere o outro.
Todo homem é opaco em relação ao outro, ou seja, eu não sei o que o outro deseja (e por isso tenho que fazer uma suposição de qual será sua atitude) assim como ele também não sabe o que eu desejo (levando-o a fazer suposições também). A partir dessas suposições, o homem imagina o mais razoável, que seria vencer o outro ou pelo menos evitar um ataque possível, assim a guerra se generaliza.
Por isso, se não existe um Estado controlando e reprimindo, fazer guerra contra os outros é a atitude mais racional que se pode adotar. E então os homens viram inimigos.
Baseado na natureza do homem, existem três causas principais da discórdia: a competição, a desconfiança e a glória. “A primeira leva os homens a atacar os outros tendo em vista o lucro; a segunda, a segurança; e a terceira, a reputação.” Como pôr termo a esse conflito?
Para Hobbes, o homem é o indivíduo, mas não o indivíduo burguês. O homem de Hobbes não deseja bens e riqueza, ele deseja a honra.
E afim disso, ele imagina situações, como ele tendo poder, ele sendo respeitado –ou ofendido- pelos semelhantes, imagina o que o outro vai fazer.
A partir daí decorrem os perigos, porque o homem se põe a fantasiar sobre o irreal. E isso quer dizer que o Estado de Natureza é uma condição de guerra, porque cada um se imagina poderoso, perseguido e traído.
Lei da Natureza: todo homem deve se esforçar pela paz e segui-la, mas caso não consiga, pode usar das ajudas e