Originalidade de Maquiavel
Existem mais de vinte teorias principais de como interpretar O príncipe e os Discursos.
Esse fenômeno é mais fácil de compreender no caso dos outros pensadores cujas opiniões continuam a intrigar ou agitar a humanidade, Platão, por exemplo, Rousseau, Hegel ou Marx. Mas O príncipe é um livro curto: seu estado é em geral descrito como singular lúcido, sucinto e caustico. Os Discursos, pelo que conhecemos dos tratados sobre política, não fogem do comprimento convencional e são igualmente claros e definidos. Ainda assim não há consenso sobre o significado de qualquer um dos dois livros; O príncipe estimulou o interesse e admiração de alguns homens de ação dos últimos quatro séculos.
Há algo perturbador sobre o que Maquiavel disse, ou sugeriu algo que tem causado uma profunda e duradoura inquietação. Os eruditos modernos tem apontado certas incoerências reais ou aparentes entre o sentimento republicano dos Discursos e o conselho aos governantes absolutos em O príncipe, há uma diferença entre os dois tratados, enigmas cronológicos: isso levanta problemas sobre o caratê, os motivos e as convicções de Maquiavel.
O que tem perturbado tão profundamente tantos pensadores, levando alguns deles a explicar ou tentar eliminar pelas explicações a defesa da força e da fraude. O fato de que os perversos florescem as ações imorais parecem compensar nunca esteve muito longe da consciência da humanidade. A Bíblia, Heródoto, Tucídides, Platão, Aristóteles todos esses haviam lançado bastante luz sobre as realidades políticas para chocar e com isso arrancar os crédulos de um idealismo acrítico.
É certamente preciso algo mais para explicar tanto horror duradouro como as diferenças entre os comentários.
A tese de que Maquiavel era acima de tudo um italiano e um patriota, falando sobretudo para sua própria geração e, se não unicamente para os florentinos. Marx chama História de Florença de “obra prima”, e Engels fala de Maquiavel como um dos