Origem do atomismo
Os discípulos de Aristóteles não procuraram desenvolver um sistema alternativo ao de Aristóteles; quem fizeram isso foram os epicuristas e estóicos. Colocando a ética acima da física e da lógica, viam na finalidade da filosofia a obtenção da felicidade, mesmo diante de adversidades.
Epicuro (341-270) nasceu em Samos, mas fundou sua escola, o Jardim, em Atenas. Atacou vigorosamente a superstição e a mitologia, mas não se interessava pela investigação detalhada dos fenômenos naturais, pois o objetivo da pesquisa seria atingir a paz de espírito.
Epicuro era um atomista, seguindo Leucipo e Demócrito, e sendo sucedido neste aspecto pelo romano Lucrécio (sec. I a.C.). Respondendo às críticas de Aristóteles, defendeu que os átomos são "mínimos físicos", mas não "mínimos matemáticos", tendo assim um tamanho e partes. Epicuro também adicionou a propriedade de peso à lista das propriedades primárias dos átomos, que para Leucipo e Demócrito eram apenas forma, arranjo e posição. Enquanto que os fundadores do atomismo concebiam que os átomos rumariam aleatoriamente em todas as direções, formando assim agregados ao acaso, Epicuro imaginava os átomos "descendo" com a mesma velocidade no vácuo, todos paralelamente. Como se formaria o mundo assim? Epicuro introduziu um pequeno movimento aleatório lateral ("clinamen"), um movimento sem causa, para explicar a progressiva agregação da matéria. Tal movimento sem causa seria também usado para explicar a liberdade da alma. Epicuro era um materialista, e explicava eventos mentais por meio de átomos-espirituais.
O estoicismo surgiu na mesma época e foi o grande rival do epicurismo. Fundado por Zenão de Cítio (335-263), desenvolvido por Cleathes de Assus (331-232) e especialmente Crisipo de Soli (280-307), evoluiu até a época romana, com Sêneca.
Os estóicos concordavam com os epicuristas que o motivo subjacente ao estudo dos fenômenos naturais seria alcançar a paz de espírito, mas, de resto,