origem da colera
Até algumas décadas atrás o cólera era tido como uma doença medieval, conhecida apenas pela classe médica e pelos professores e estudantes de medicina e história geral. Os sintomas são diarréia, vômitos intensos e choque causado pela desidratação, decorrente da perda de até 20 litros de água por dia. Quando não tratada leva à morte em 50% dos casos.
Em 1961 teve início uma pandemia (epidemia mundial) de cólera, que se estendeu até 1975.
Em 1991, o Peru foi atingido por uma epidemia sem precedentes da doença, que provocou inúmeras mortes e se alastrou pelos países vizinhos, inclusive o Brasil, onde a doença estava erradicada desde o final do século passado. Em 1991 houve 2.103 casos de cólera no Brasil e 33 óbitos. Em 1992 foram registrados 37.572 casos e 462 mortes, ano em que a OMS informou que uma nova linhagem do vibrião colérico havia sido identificada, o Vibrio cholerae 0139, relacionado a outras epidemias da doença. Em 1993 houve 60.044 casos e 650 mortes no Brasil, e em maio de 1994, a OMS divulgou que o nosso país já era o mais afetado pela doença em todo o mundo, com maior número de casos do que El Salvador e Peru, respectivamente 2º e 3º colocados. Em 1995, os surtos de cólera no Brasil passaram a atingir uma parte da população indígena.
As últimas epidemias da doença impressionaram pela violência e rapidez. Em 14 de julho de 1994, os refugiados hutus que tentavam escapar da guerra étnica contra a tribo dos tutsis, na África, instalaram-se na localidade de Goma, no Zaire. No dia 20 daquele mês eclodiu um surto de cólera na região e oito dias depois a doença havia dizimado 19 mil refugiados. Ainda em 1994, o cólera assolou a Albânia, o país mais pobre da Europa, e também a Ucrânia, onde até outubro daquele ano mais de 700 pessoas haviam sido infectadas.
Em 1996 o cólera atingiu a capital do Zaire e o sul do Sudão, deixando neste último um saldo de 1.800 doentes e 700 mortos. Em 1997 o vibrião colérico estava ativo em 17