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Uma das dificuldades mais comuns entre os adolescentes é conseguir entender as mudanças que acontecem nessa fase da vida. É muito comum que essa dificuldade acabe por se refletir em suas emoções.
A cena é conhecida: um mau humor, vindo não se sabe de onde, uma irritação em relação a tudo o que os outros fazem ou dizem, principalmente quando esses outros são os pais ou irmãos, a sensação de que ninguém é capaz de entender seus sentimentos ou pensamentos. Quem, em algum momento da sua adolescência, não se sentiu assim?
Outro dia, uma garota de mais ou menos 16 anos falava, em um programa de TV, de fatos muito comuns nessa fase da vida. Contava sobre as brigas com sua mãe, que começavam por causa de implicâncias bobas, mas que a deixavam com a sensação de que sua mãe era incapaz de compreendê-la; falava da escola e de uma porção de pressões a que ela cedia, mesmo sabendo que eram todas um pouco sem sentido: vestir tal roupa, usar esse tipo de cabelo, falar sobre determinados assuntos, tudo para ser “aceita” pelos amigos.
Finalmente, ela falava sobre sua angústia em relação ao futuro, sobre sua incerteza a respeito de quais sonhos conseguiria realizar e sobre o medo de não conseguir tudo aquilo que desejava. Essa espécie de “depoimento” dado pela garota reflete o momento de vida pelo qual ela está passando, mas também fala de um sentimento comum a muitas pessoas de sua idade. Isso não significa que, quando ficam adultas, as pessoas tornam-se capazes de resolver todas as suas angústias e sua vida se enche de certezas. O que acontece é que a adolescência é uma fase em que se operam mudanças muito grandes e mudanças com as quais nem sempre nos acostumamos rapidamente.
A adolescência marca um período em que o futuro parece ter chegado. Mudam os interesses, mudam as exigências, mudam as relações. Os pais não sabem bem como tratar seus filhos: ora eles são crianças demais; ora são grandes demais. Diante disso, nada mais natural do