ops 12
Seres humanos são seres contextuais.
Todos, desde que nascemos, estamos em um contexto, como os peixes estão na água, como os animais nas terras, no campo, na floresta.
Contextos são como círculos de espelhos nos quais nos refletimos, nos miramos, vemos e somos vistos.
Contextos são as pessoas que nos cercam, os ambientes que habitamos, os lugares que freqüentamos, as emoções que sentimos, as lembranças que temos, os cheiros que reconhecemos, os ruídos que ouvimos, as sensações que percebemos, as percepções que reconhecemos, as imagens que vemos, os sonhos que tivemos, enfim, todo o patrimônio material e não material que nos embala, que nos envolve, que nos acalenta e desenvolve.
Contextos são olhares, sorrisos, muxoxos e tristezas. Contextos são alegria, explosões, música e canções.
Contextos são lágrimas, que correm e secam, que afastam e aproximam, aprovam e reprovam, afagam e agridem.
As pessoas nascem em um contexto, vivem em vários contextos e morrem, ou começam a morrer, quando ficam descontextualizadas, quando perdem seus contextos, quando não são reconhecidas pelos contextos, quando não mais reconhecem os contextos, ou quando não podem mais erigir contextos.
Contextos são formados por um elenco de imagens, sensações, lembranças, prazeres, dores, saudades, aspirações, realizações, sonhos e emoções.
Contextos e pessoas mantêm uma interatividade, uma conectividade, uma elaboração permanente e evolutiva, regressiva e especulativa.
Nossas roupas são uns dos elementos mais imediatos de nossos contextos físicos, nossas casas, nossa rua, nosso bairro, nossa cidade, nosso trabalho.
Os contextos são dinâmicos, orgânicos, móveis, mutáveis e evolutivos.
Contextos são pessoas, são como pessoas, contextos são a vida.
A relação de ar e umidade, de frio e calor, de vento e água, de céu e nuvem, de árvore e flor, tudo é contexto.
Contexto é vida e dignidade, ou o abandono e a solidão.
Pode ser construção ou destruição. Evolução,