Oportunidades de negócio e nichos a serem explorados
Urbanismo
Pesquisa exclusiva mostra como São Paulo cresceu desordenadamente
Estudo liderado pelo economista Tadeu Masano dá uma dimensão precisa de como a cidade se expandiu sem planejamento entre 2000 e 2010
Daniel Salles | 20/07/2011
[pic]
Mario Rodrigues
Um dos últimos lançamentos na Avenida Faria Lima, no Itaim: bairro virou o novo centro
O trânsito lento e fatigante da metrópole, engrossado por milhões de paulistanos que são obrigados a fazer longas travessias entre sua casa e o local onde trabalham, é apenas um dos sintomas do evidente improviso com que crescemos ao longo de décadas. É um conceito elementar de planejamento urbano que a superconcentração de empregos em pequenas áreas torna as grandes cidades cada vez mais inviáveis. Um estudo liderado pelo economista Tadeu Masano dá uma dimensão precisa de como São Paulo se expandiu de forma desordenada entre 2000 e 2010. Professor do Departamento de Mercadologia da Fundação Getulio Vargas (FGV) e presidente da consultoria Geografia de Mercado, ele se debruçou sobre dados das últimas edições do censo populacional do IBGE e em levantamentos próprios sobre o mercado imobiliário. Um exemplo: dos cerca de 800.000 moradores que a capital ganhou no período, 600.000 fixaram residência na periferia — e apenas 57.000 na região central (que engloba bairros como Bela Vista, Cambuci e Consolação).
[pic]
Em outra frente, o mapa da expansão dos empregos expõe essas contradições: 60% dos prédios de escritórios surgidos na década foram construídos em uma área de cerca de 80 quilômetros quadrados — o equivalente a 5% do território da cidade —, delimitada por bairros como Pinheiros, Vila Mariana, Campo Belo e Morumbi. Encravado entre eles, o Itaim concentrou quase 30% dos lançamentos do gênero. Resultado: atualmente, mais de um terço dos empregos formais de São Paulo está condensado nesse mesmo perímetro. “Os dados obtidos