Olhe para mim

Não sei onde estou, sinto meus olhos pesados e tenho dificuldade para abri-los. Percebo que há orvalho pelo chão sobre a relva, onde minhas mãos e meu rosto agora estão. Sinto correr em meus braços forças para me erguer, mas minhas pernas resistem e me obedecer. Há um frio em meu estomago, sensação que muitas vezes já senti e por ela muitas vezes me feri. Estou caído, ainda não consigo saber onde estou, posso ouvir o som de pássaros ao longe e uma leve brisa que sopra entre as folhas das arvores, estarei eu sozinho em meio ao nada? Minha voz muda foge neste instante, o grito em silencio parece ecoar ao meu redor, sinto vida, mas não posso ver, respiro ar de uma manhã doce que não posso tocar, estaria eu perto de você? Estou em meio a um sonho enquanto durmo ao seu lado? Quem é você que me roupa as lembranças e me traz paz sem me deixar ver seu rosto, tocar sua face, sentir seu doce perfume? Quero abrir meus olhos, mas minhas pálpebras parecem estar pesando toneladas, meus lábios não se manifestam, pediria ajuda se uma paz tão intensa não estivesse inundando meu corpo de calmaria, realmente gostaria de saber como faz isso comigo. Deixe-me ver seus olhos, preciso neles mergulhar e encontrar o brilho que nem todas as estrelas dos céus seriam capazes de radiar. As forças mesmo escassas fazem meus braços se moverem, meus olhos aos poucos sentem uma luz semelhante ao amanhecer ao meu redor e mesmo com a visão turva consegui aguçar meus demais sentidos para perceber ao som da brisa que tocava as folhas e galhos das arvores, uma canção que embalava o nascer de um novo dia, o orvalho sobre a relva que naquele local adormeci por horas que não posso imaginar, e em minha mente lembrança alguma além de um toque suave e um doce sabor, semelhante ao aroma que sopra levemente neste momento. Seria você? Seria seu toque? Seu sabor? O que estou fazendo em meio ao nada, tomado de paz e felicidade e sem forças para me colocar de pé? Queria me encontrar em