Olhai os lirios do campo
Eugênio nessa primeira parte demonstra ser alguém com uma personalidade deturpada pelo senso de autocrítica, pela falta de confiança em si mesmo e pelo senso de inferioridade, tudo isso por ele mesmo idealizado. O autor vai trabalhando uma narração completamente fincada no interior da personagem, como se estivesse lendo a sua alma, onde pensamentos e emoções de Eugênio são misturados com os fatos exteriores.
Eugênio a meu ver mostra ser mesquinho, e puramente materialista, num ideário capitalista nojento de riqueza sem valor e repúdio a pobreza, sendo que ele mesmo possuía uma alma miserável e um caráter pior ainda. Não estou dizendo que ele é mau. Não. Eugênio na primeira parte do romance é um homem sem qualquer sensibilidade humana ou até mesmo moral, se é possível dizer isso.
Nesse definhar de personalidade, o autor nos apresenta Olívia, jovem colega da faculdade de medicina, totalmente oposta a Eugênio. O desenvolvimento do relacionamento dos dois deixa muitas dúvidas ao leitor, porque a impressão que eu tive é que o autor meio que “escondeu” alguns fatos. Digamos que ele deixou o leitor às escuras, devido na primeira parte a narração ter sido escrita em saltos, pulando fatos e indo para as cenas cruciais. Não gostei em referência a Olívia, pois sua aparição foi muito, muito pouca, numa perspectiva totalmente centrada em Eugênio. Outro fato também que conta pontos negativos é logo no início do romance em que não dá para saber o que aconteceu com Olívia. O autor não dá muitas explicações, pelo menos não alguma que eu tenha entendido;Não sei, pode ter sido um descuido de minha parte.
Falando em Olívia nesta primeira parte, ela demonstra ser compreensiva demais com Eugênio e suas burradas, com uma imensa sabedoria e mistério em torno de sua vida e passado. Olívia deixou sua alma nas cartas para Eugênio, cruciais para a segunda parte.
Temos na segunda parte Eugênio em conflito e indeciso em relação ao seu futuro e