Oferta e Damanda
A teoria de oferta e demanda é reconhecida quase universalmente como o primeiro passo na direção de comprender como são determinados os preços de mercado e a forma como esses preços ajudam a definir decisões de produção e consumo — decisões que compõem não apenas o esqueleto, mas também a carne e o sangue do sistema econômico. A Economia Austríaca concorda enfaticamente com isso. No entanto, quando vamos apenas um pouco além da superfície da "lei" de oferta e demanda, encontramos dificuldades que levaram, direta ou indiretamente, os Austríacos a explicar a determinação dos preços de forma diferente de como ela é habitualmente apresentada, pelo menos de forma implícita. Tentarei explicar o sentido em que os Austríacos estão infelizes com as apresentações tradicionais de oferta e demanda — e no entanto em plena concordância com a ênfase genérica sobre oferta e demanda como chave da compreensão da economia.
A proposta básica
O insight básico que subjaz à lei da oferta e demanda é que, em qualquer momento dado, um preço "alto demais" vai deixar potenciais (e frustrados) vendedores com bens não vendidos nas mãos, enquanto um preço "baixo demais" vai deixar potenciais (e frustrados) consumidores sem os bens que desejavam comprar. Existe um preço "certo", com o qual todos aqueles que querem comprar conseguem encontrar vendedores dispostos a vender, e aqueles dispostos a vender conseguem encontrar compradores dispostos a comprar. Esse preço "certo" é portanto, com frequência, chamado de "preço de equilíbrio".
A teoria de oferta e demanda gira em torno da proposição de que um mercado livre e competitivo gera de fato uma forte tendência na direção do preço de equilíbrio. Essa proposição é frequentemente vista como a mais importante implicação (e premissa) da célebre mão invisível de Adam Smith. Sem nenhum controle administrativo consciente, um mercado gera espontaneamente uma tendência na direção de articular as decisões independentes