A Pirataria no Brasil
É, os tempos estão mudados. Na era pré-digital ninguém podia baixar coisa nenhuma, tinha que comprar o CD e o DVD, ou mesmo pedir emprestado. Hoje, baixa-se e pronto. Na casa da “zelite” ou na mais humilde lan house, o festival da baixaria é o mesmo. É a democratização do acesso à cultura de massa digitalizada.
Desde já, deixo clara minha posição de que ninguém pode ser obrigado a aceitar que o fruto de seu trabalho seja disponibilizado de graça na rede. Não me convence a desculpa de que “as ricas gravadoras é que são as mais prejudicadas”, “as ricas editoras é que são as mais prejudicadas”, pois o autor também é prejudicado, em maior ou menor grau. Quem produz tem o direito de decidir o que fazer com sua produção; e se eu não quero vê-la de graça na rede, ela não pode estar lá.
Por outro lado, não sou a palmatória do mundo e, querendo ou não, sou uma das milhares de consumidoras de um dos mais tradicionais produtos piratas de nossa sociedade: a xerox da pasta do professor da federal. Não dá para fazer uma graduação, nem uma pós, sem valer-se dessas cópias ilegais. Quem vai comprar 20 livros para pagar uma cadeira e ler apenas um capítulo de cada? Ninguém. Nem quem tem muito dinheiro. Mas o fato é que a cópia é ilegal. Podemos usar todos os sofismas, mas a cópia não autorizada É ilegal.
Eu acredito que lidar com essa contradição é um dos desafios que estão postos para os educadores de hoje, em todos os níveis de ensino. Que moral tenho eu para falar ao meu aluno que não se deve roubar, trapacear, afanar o que é dos outros, se o próprio professor se forma tendo acesso ao conhecimento através de cópias ilegais de livros? Se o professor chega em casa e vai ouvir uma musiquinha baixada no e-mule ou