Odonto
A biologia celular e molecular, em específico o DNA, vem desempenhando papel fundamental nos casos mais complexos de identificação de cadáveres e auxiliando na solução de crimes através de vestígios biológicos da cavidade bucal.
Mesmo em situações extremas, os dentes resistem mais à degradação post mortem do que qualquer outro tecido humano. Além disso, por se preservar diante às variações de pressão e temperatura, possibilita a manutenção da identidade genética do indivíduo.
Por outro lado, os dentes são fonte útil de material genético principalmente em acidentes de massa, onde a identificação por outros meios se torna impossível. Em casos como esse, mesmo se o dente estiver fragmentado ainda é possível fazer a coleta e análise do DNA.
Ossos e dentes contem DNA mitocondrial. Esse tipo específico de DNA é encontrado apenas nas mitocôndrias, separado do DNA nuclear. O DNAmt é herdado da mãe (pois o genoma mitocondrial masculino é destruído logo após a fecundação), portanto, é idêntico entre irmãos e parentes maternos. É vantajosa a utilização desse material quando a quantidade de DNA nuclear é insuficiente para a análise. Desse modo, a ciência forense se utiliza de ensinamentos da biologia celular e molecular para solucionar identidades em crimes violentos, atentados terroristas, desastres em massa e pessoas desaparecidas.
Marcas de mordida humana, principalmente em casos de caráter sexual, são uma evidência frequentemente encontradas, e, devido ao dano físico provocado, impedem a comparação da arcada dentária do suspeito. Para isso, o DNA salivar - que se mantem estável e pode ser recuperado sobre a vítima viva ou no cadáver, dependendo do tempo em que ocorreu a lesão - é fundamental para a descoberta do agressor.
Desse modo, as investigações criminais ganharam força com o auxílio da tecnologia biomolecular através da análise de DNA salivar deixados em objetos e restos de alimentos nas cenas do crime,