Obrigado por fumar
No filme, Naylor age exatamente como os autores descrevem o campo da argumentação, como sendo o “do verossímil, do plausível, do provável, na medida em que este último escapa às certezas do cálculo”. Esta é a intenção: usar de idéias em que seja possível acreditar (e que sejam realmente possíveis de existir) e fazer com que o outro compre a sua idéia, seja ela verdadeira ou não. A idéia da evidência, citada anteriormente, volta ao longo do texto, como na página 4. No trecho “a evidência é concebida, ao mesmo tempo, como a força a qual toda mente normal tem de ceder e como sinal de verdade daquilo que se impõe por ser evidente”, mais uma vez podemos perceber que a necessidade da implantação de rótulos de veneno nos maços de cigarro não é algo evidente e visto como necessário por todos. Se Nick Naylor pode fornecer argumentos contrários a este pensamento e não se submete a esta “evidência”, a verdade plena já não existe.
Na mesma linha de raciocínio, outro trecho ainda diz que “a teoria da argumentação não pode se desenvolver se toda prova é concebida como redução à evidência”. O que as provas indicam são apenas novas formas de se pensar sobre o tema