Obras de Salvador Dali
A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA
1931
A flacidez dos relógios dependurados e escorrendo mostram uma preocupação humana com o tempo e a memória. A cabeça adormecida que aparece nesse quadro, em muitos outros também, é o próprio Dalí presente.
Descrição da obra pelo autor
“…No dia em que decidi pintar os relógios, pintei-os moles. Isso aconteceu numa noite de fadiga. Tinha uma enxaqueca, uma dor que muito raramente me atingia.Tínhamos pensado ir ao cinema com alguns amigos, mas no último momento decidi ficar em casa. Gala sairia com eles e eu deitar-me-ia cedo. Tínhamos acabado o jantar com um excelente camembert e, logo que fiquei sozinho, coloquei os cotovelos na mesa, refletindo um momento nos problemas postos pelo«supermole» deste queijo fluído. Levantei-me e fui para o atelier para dar, como era hábito, uma última olhadela ao meu trabalho. O quadro que estava a pintar representava uma paisagem dos arredores de Port Lligat cujos rochedos pareciam iluminados por uma luz transparente do entardecer. No primeiro plano, tinha feito o esboço de uma oliveira cortada e sem folhas. Esta paisagem devia servir de tela de fundo a alguma ideia, mas qual? Precisava de uma imagem extraordinária e não a conseguia encontrar. Quando ia para apagar a luz e sair, «vi» literalmente a solução: dois relógios moles um dos quais pendurado tristemente no ramo da oliveira. Apesar da enxaqueca, preparei a paleta e lancei mãos à obra. Passadas duas horas, quando Gala regressou do cinema, o quadro, que se tornaria um dos mais famosos, estava acabado…”
Análise da Pintura
A Persistência da Memória é um dos principais quadros do movimento surrealista. Este quadro foi pintado a óleo sobre uma tela com 24.1 por 33cm e demorou ao pintou 2 horas a pintar.
Esta obra mostra o tempo e a memória, através dos relógios, moles e dependurados. Querendo dizer que o tempo é maleável, não é rígido e sim mutável, o tempo é relativo e o passado e presente