Obra fruidor
Leila Longo**
RESUMO
A obra de arte se atualiza cada fruição, inserindo-se historicamente. Nunca repressora tampouco tirânica, fornece ela mesma as pistas que levam à compreensão. Este artigo, portanto, tratará da relação dialógica fundamental entre o fruidor e a obra e das dificuldades dessa aproximação no caso da recepção da arte contemporânea, dos resultantes ruídos na comunicação entre fruidor e obra. Para tal, utilizaremos a teoria da Estética da Recepção
(H.R.Jauss); e, para elucidar as novas questões levantadas pela arte contemporânea, utilizaremos a analítica do belo e a teoria do sublime kantianos e a concepção hegeliana de “fim da arte”.
Palavras-chave: pós-modernidade, arte contemporânea, fim da arte, comunicação, estética da recepção
ABSTRACT
The work of art updates itself at every fruition when its historical insertion again takes place. Neither repressive nor tyrannical, it brings about the clues leading to its comprehension. This article, therefore, will be dealing with the fundamental dialogical relation between the work of art and the one who sees it, the difficulties of approach concerning reception in the case of contemporary art, also the effect of the noises in the communication between them. To do so, we shall make use of the Reception Theory (H.R.Jauss); to elucidate the new coming issues raised by contemporary art, we shall make use kantian theory of the sublime and the analytic of the beautiful, as well as
Hegel’s concept of “the end of art”.
Key-words: postmodernity, contemporary art, end of art, communication, aesthetic of reception
1. INTRODUÇÃO
A modernidade, como todas as épocas progressistas, provilegiou o futuro. Outras civilizações, tal como a decadência romana ou a Renascença, acentuaram mais o presente.
M. Maffesoli1
A obra de arte é um fato social, é comunicação com o observador, com o fruidor, como afirma Hans
Robert Jauss. Sua natureza essencialmente histórica se manifesta no